Com viagens intermunicipais suspensas no RN, transportes particulares cobram R$ 300 por trecho que custa R$ 80, diz associação


Com viagens intermunicipais suspensas, por causa dos ataques criminosos realizados desde a última terça-feira (14) no Rio Grande do Norte, a passagem de Natal para Mossoró, que custava R$ 80, passou a valer R$ 300 em transportes particulares – um aumento de 275%.

A afirmação é de Wellington Oliveira, diretor da Associação das Empresas de Transporte Intermunicipais de Passageiros (Transpasse). Das 232 viagens realizadas diariamente a partir da rodoviária de Natal, apenas duas estão sendo feitas diariamente, desde esta quinta-feira (16).

“Tivemos perdas de veículos, perdas no emocional dos trabalhadores, e isso está deixando toda a população desguarnecida no transporte intermunicipal. Inclusive o transporte clandestino está superfaturando o valor de uma passagem. Por exemplo: de Natal para Mossoró custa R$ 80. O transporte clandestino está cobrando R$ 300 para transportar”, afirmou.

Sem os ônibus e os alternativos, quem precisa viajar recorre a motoristas de carros particulares que ficam perto da rodoviária recebendo passageiros. Eles partem para o destino quando estão com a lotação completa.

O superfaturamento das passagens foi confirmado por usuários do transporte público que utilizam ônibus do sistema intermunicipal diariamente.

Na manhã desta sexta-feira (17) Francinaldo Almeida do Nascimento, que tem 21 anos, precisava ir de Natal para Canguaretama a trabalho, mas encontrou o preço da passagens acima do esperado.

“Normalmente é R$ 20. Hoje estão cobrando R$ 35. Vou esperar para ver o que vai acontecer. Vou tentar negociar para ver se chego ao meu destino, porque está difícil”, disse.

O pedreiro Técio Cristiano da Silva disse que pagava R$ 12 pela passagem de Natal para Goianinha, no ônibus, e no máximo R$ 20 em um carro particular. No entanto, ele afirma que os motoristas passaram a cobrar até R$ 30 pelo trecho.

“Estão cobrando, R$ 25, R$ 30. Vou tentar dar uma pechinchada para tentar baixar mais”, declarou.

Em período de normalidade, o sistema atende 98 cidades do Rio Grande do Norte. No entanto, de acordo com Wellingon Oliveira, da Transpasse, as empresas não receberam nenhuma garantia de segurança.

“Estamos numa situação constrangedora. Queremos trabalhar, mas não temos condições por falta de segurança. Estamos com os operadores com medo de sair para rua para trabalhar”, disse o diretor da Transpasse.

G1RN

CONVERSATION

0 Post a Comment:

Postar um comentário